Grande parte do trabalho dos serviços secretos que se realiza nos EUA é levado a cabo por empresas privadas que “não apenas ocultam, como também fabricam a realidade” para esse Governo, através de um tipo de “Software” que “manipula os meios de comunicação social”.
Num artigo publicado pelo “The New York Times” entitulado «A verdadeira guerra contra a realidade», o jornal revela como o Exército dos EUA e empresas privadas de serviços secretos criaram um sistema de gestão do comportamento das pessoas “on-line“, com a finalidade de “lutar contra a ideologia extremista e a propaganda anti-norte-americana”.
Trata-se de um programa desenvolvido através de um pedido expresso pela Força Aérea dos EUA, que permite controlar múltiplas entidades online (denominadas “títeres”) para realizar comentários em espaços de comunicação social, criar falsos consensos sobre determinados temas, encurralar as opiniões indesejadas pelo Governo da Casa Branca e sufocar comentários e informações que não correspondam aos seus objectivos estratégicos.
Algo muito similar aos emprego de “Psyops” (operações psicológicas), utilizadas por parte da estratégia militar norte-americana e que é definida como o “Manual de capacitação para a guerra convencional” dos militares, como “operações planificadas para transmitir informação e indicadores seleccionados ao público estrangeiro com o objectivo de influir nas suas emoções, motivações, raciocínio objectivo e, em última instância, no comportamento dos governos, organizações, grupos e indivíduos estrangeiros.
Segundo o psicólogo norte-americano Peter Ludlow, “trata-se de um método eficaz para enganar uma população geral, segundo uma falsa realidade, em vez de impor a sua vontade pela força”.
Para o analista Anthony Gucciardi, o objectivo desta “guerra cibernética” não é “melhorar a reputação internacional” do Exército dos EUA, como sugerem os comandantes militares desse país, mas promover o “desenvolvimento de uma rede de computadores que fazem circular mensagens constantes, escritas especificamente para serem publicadas em Redes Sociais e páginas de comentários de notícias”, algo que o Exército dos EUA argumenta que se realiza “em nome da segurança”.
11 de Agosto de 2013
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