Ondas repentinas de calor que descem dos céus já ocorreram em diversas ocasiões. Pergunte a qualquer um que more nos proximidades de Lake Whitney, Texas, sobre a noite de 15 de Junho de 1960.
A princípio, responderão as testemunhas, o céu estava limpo, com muitas estrelas a brilhar e uma temperatura por volta de 23 graus centígrados. Então, surgiram alguns relâmpagos no horizonte e um vento suave começou a soprar sobre o lago. Sem aviso prévio, o vento ficou mais forte e arrancou o telhado da Mooney Village Store, espalhando pães e latas de alimentos pelos corredores.
E, com o vento, desceu sobre a cidade um calor insuportável. O termómetro do lado de fora da Charley Riddle Bait and Tackle Shop que, à meia-noite, marcava uma temperatura de 21,1 graus centígrados, passou para 37,8 numa questão de minutos e subiu para o máximo de 60 graus centígrados.
Os radiadores dos carros ferveram, os sistemas de prevenção de incêndios entraram em acção e as mães apavoradas da pequena cidade de Kopperl literalmente envolveram os seus bebés em lençóis molhados. Quando o fazendeiro Pete Burns entrou em casa para dormir no início daquela noite, a sua colheita de algodão estava em perfeitas condições. Na manhã seguinte, encontrou-a totalmente queimada. Milherais na mesma área estavam murchos e queimados.
Mesmo assim, a tempestade mais estranha que se abateu sobre o Texas provavelmente teria passado em “brancas nuvens”, se Floyd Bright, o cinegrafista veterano de televisão, não tivesse captado provas da destruição no dia seguinte.
Harold Taft, o homem que faz a previsão do tempo no Canal 5 em Fort Worth, especulou que uma forte corrente de ar descendente de uma tempestade indefinida poderia ser responsável pelo fenómeno.
“Massas de ar descendentes aqueceram na proporção de 10 graus centígrados para cada 300 metros de queda”, disse Taft.
Se a corrente de ar descendente tivesse sido iniciada, segundo ele, a uma altura de 6 mil metros, a 40 graus centígrados de temperatura, ela teria aquecido e chegado a quase 60 graus centígrados quando chegasse ao nível do solo.
“Admito que o ar quente tende a subir. A força descendente deve ter sido muito intensa, o que ajudaria a explicar os ventos de 160 quilómetros horários registrados naquela noite”, continua Taft.
Ainda ficamos assustados pela força e pela fúria dos céus, imaginando se o que incinerou um campo de algodão na região central do Texas não poderia ter causado, noutras noites, alguns dos grandes incêndios inexplicáveis que, ocasionalmente, ocorrem em todo o mundo.
Fonte: Livro «O Livro dos Fenómenos Estranhos» de Charles Berlitz