Podem ainda ser encontrados dois compostos químicos considerados prejudiciais aos bebés no shampoo Johnson & Johnson vendido nos EUA e nalguns outros países, embora a empresa já produza versões sem esses mesmos compostos, de acordo com uma coligação internacional de Saúde e grupos ambientalistas.
Actualmente, a coligação está a apelar aos consumidores o boicote dos produtos de bebé Johnson & Johnson até que a empresa se comprometa a remover as substâncias químicas dos seus produtos de bebé vendidos em todo o mundo, inclusive na China e no Reino Unido.
A campanha para os Cosméticos Seguros, tem sem êxito, vindo a exigir da empresa (que é a maior do mundo em cuidados de Saúde) ha já 2 anos e meio, a remoção de vestígios de possíveis produtos químicos cancerígenos – o dioxano e uma substância chamada quaternium-15 que liberta formaldeído – do Shampoo Johnson´s Baby, um dos produtos da sua assinatura.
A Johnson & Johnson afirmou estar reduzindo ou eliminando gradualmente os produtos químicos.
“A Johnson & Johnson pode produzir shampoos para bebé mais seguros em todos os mercados a redor no mundo, mas não o estão a fazer”, afirmou Lisa Archer, directora do Campaign for Safe Cosmetics.
Prevê-se que o novo relatório da campanha, intitulado “A banheira do bebé ainda é tóxica”, seja lançado terça-feira, sendo o boicote também lançando pelo grupo através do seu Website: http://www.safecosmetics.org.
O relatório actualizado foi baseado num exame de rotulagem de ingredientes, para produtos de bebé da Johnson & Johnson em 13 países.
Na segunda-feira, a campanha enviou à Johnson & Johnson uma carta, assinada por cerca de 25 grupos ambientais, médicos e outros que representam cerca de 3,5 milhões de pessoas nos EUA e outros países. A carta obriga a empresa a comprometer-se publicamente com a data limite de 15 de Novembro para a remoção dos produtos químicos em todos os produtos de higiene pessoal, por todo o mundo.
Em resposta, a Johnson & Johnson afirmou num comunicado que o formaldeído que liberta conservantes é seguro e aprovado pelos órgãos reguladores nos EUA e noutros países, mas que está a ser reduzido progressivamente nos seus produtos de bebé. No comunicado também se disse que se está a reformular os produtos de bebé para reduzir o nível de dioxano abaixo dos níveis detectáveis. Mas não divulgaram se iriam responder ou atender às exigências integrais da campanha.
A carta, dirigida ao CEO William Weldon, foi assinada por entidades como o Fundo de Cancro da Mama, Grupo de Trabalho Ambiental, Amigos da Terra, Associação Americana de Enfermeiros, Médicos pela Responsabilidade Social e pela América Verde.
Segundo o relatório, obtido pela Associated Press, um dos produtos químicos suspeitos, quaternium-15, é um conservante que mata as bactérias, libertando formaldeído. O formaldeído, usado como desinfectante e fluido de embalsamamento, foi declarado um conhecido cancerígeno humano em Junho passado pelo Programa Nacional de Toxicologia dos EUA. O formaldeído é também um irritante dos olhos, pele e vias respiratórias.
O quaternium-15 ainda é um ingrediente presente no Johnson & Johnson Baby Shampoo vendido nos EUA, Canadá, China, Indonésia e Austrália, mas a pesquisa da campanha realizada este verão, descobriu que o produto quimico não foi encontrado no mesmo produto vendido em pelo menos outros oito países, desde o Reino Unido e Dinamarca até ao Japão e África do Sul.
O segundo produto químico, dioxano-1,4, é considerado um provável cancerígeno. É um subproduto de um processo de fabricação de produtos químicos mais solúveis e mais suaves para a pele.
A campanha lançou em Maio de 2009 um relatório, intitulado “No More Toxic Tub“, no qual afirmou que os estudos efectuados por um laboratório independente que contratou, Analytical Sciences LLC, constataram que o dioxano-1,4 estava inserido nos produtos Shampoo Johnson & Johnson Baby, Oatmeal Baby wash, Moisture Care Baby Wash e Aveeno Baby Soothing Relief Creamy Wash.
Segundo o relatório, a empresa lançou um shampoo chamado Johnson´s Naturals, vendido nos EUA, que não inclui dioxano-1,4. Mas os shampoos Johnson’s originais de bebé, que custam cerca de metade, não foram reformulados para o mercado dos EUA.
A Analytical Sciences testou várias amostras de produtos para bebés da Johnson & Johnson nos EUA. No seu primeiro relatório, encontraram baixos níveis de produtos químicos. Depois disso, de acordo com Archer, grupos de consumidores na África do Sul, Suécia e Japão contactaram o seu grupo para lhes fazer notar que o quaternium-15 não estava a ser usado nos produtos nos seus países.
Archer, observou que alguns dos países onde os produtos não contêm estes produtos químicos, tiveram a proibição de usá-los em produtos de cuidados pessoais, mas noutros não.
1 de Novembro de 2011
Fonte: CBS News
Artigo Original: http://www.cbsnews.com/8301-204_162-20128253/group-johnsons-baby-shampoo-a-cancer-risk/