Montmélian erigia-se, antanho, sobre o pedregal das Mannes, entre a ponta de Chátelaillon, Fouras e a ilha de Aix. No Século XV podia-se chegar até lá a pé na baixa-mar. A sua ruína emerge hoje quando apresentam-se as grandes marés.
Era, sem dúvida, uma antiga Mediolanum dos celtas (Ianwn: terra santa = campo-santo).
Fortaleza defendida por catorze poderosas torres, Montmélian desapareceu completamente no transcurso das tempestades de 1709.
Robert Colle escreveu que no momento “em que a igreja desmoronou-se na Casseau- Prieur, o sino estava tão ajustadamente encaixado entre duas rochas do Petit-Coivre que não pôde ser tirado”.
Ainda se poderia ver quando a água estava clara, e a lenda pretende que soe quando se aproxima tempestade.
O cartógrafo Masse, no seu «Mémoires», relata o seguinte sobre a antiga Chátelaillon:
“Júlio César fez construir ali uma cidade e uma fortaleza ocupada, então, por uma guarnição. A cidade foi chamada pelo seu nome, Castrum Julii, e menciona-se num mapa de 1152 que outros a chamavam Castrum Aquüarum ou Chateau-d’Aiglon. Mas sustenta-se que o verdadeiro nome com que foi designada fora o de Castrum Aquile porque os romanos arvoravam ali suas águias.”
Em 1680 viam-se, ainda, vestígios das torres, das muralhas e dos fossos que limitavam a cidade pelo lado de terra.
Em 1688 vi os vestígios duma grande torre do lado norte, os de uma cortina militar e de outra torre com muros de óptima alvenaria.
Existem indícios aparentes de que o castelo era a entrada da ilha e que o porto estava do lado do mar a Oeste. Do lado de terra havia, ainda, nove casas sobre o borda dos fossos e uma pequena igreja distante, aproximadamente, 100 toesas da costa (200m).
“Uma igreja existia, antanho, no castelo, ao lado do mar, posto que o senhor barão de Chátel-Aillon disse a pessoas fidedignas que um camponês lhe comentou que o seu avô tinha casado na igreja que estava perto da ilha de Aix”.
Fonte: Livro: «Arquivos dos Outros Mundos» de Robert Charroux