O termo “imperialismo” foi primeiramente utilizado no contexto das Guerras Napoleónicas para descrever a política expansionista do então Imperador francês. Mais tarde, o termo foi empregado em relação à política externa do Império Britânico, antes de ser difundido para descrever o colonialismo das potências mundiais na metade do Século XVIII.
A utilização do termo com relação aos Estados Unidos ganhou ampla aceitação graças ao trabalho da Liga Americana Anti-Imperialismo (em inglês: American Anti-Imperialist League), fundada em 1898 por um grupo de intelectuais norte-americanos com o intuito de fazer oposição à Guerra Hispano-Americana e subsequente ocupação militar das Filipinas no período pós-guerra, quando muitas arbitrariedades foram cometidas pelas tropas norte-americanas.
O termo surge num contexto em que os Estados Unidos colocavam em prática a sua política de expansão territorial. No final do Século XIX, após o país ter saído vitorioso da Guerra Mexicano-Americana e anexar ao seu território o que hoje são os estados do Texas, Novo México, Califórnia e Arizona, o então presidente Theodore Roosevelt defendeu a expansão rumo ao Caribe e ao Pacífico, com a finalidade de que o país pudesse adquirir o estatuto de potência mundial. A classe empresarial do país viu na ideia uma oportunidade para expandir os seus negócios.
No seu fervor expansionista, Roosevelt evocava Rudyard Kipling, visto actualmente na Índia como um “poeta do imperialismo britânico”. Surgiram, quase à mesma época, comparações com o Império Romano. De acordo com declaração do político e jornalista Henry Watterson em 1896, “somos uma grande República Imperial, destinada a exercer influência controladora sobre as acções da humanidade”.
Após os atentados de 11 de Setembro, o comentador neoconservador Max Boot criticou o secretário da Defesa Donald Rumsfeld por este ter declarado que os Estados Unidos não buscavam o estatuto de império. “Tal não é verdade. Os EUA têm sido um império, desde pelo menos 1803, quando Thomas Jefferson comprou o território do Louisiana (…) O império estendeu-se ao exterior, adquirindo as colónias desde Porto Rico e Filipinas ao Hawai e Alasca“, escreveu.
Do outro lado do espectro político, o historiador da Guerra Fria, William Appleman Williams concordou em parte com a afirmação. Ao constatar, em 1980, que as palavras “império” e “imperialismo” não encontravam “hospitalidade fácil nas mentes e corações da maioria dos americanos contemporâneos”, Williams lembrou não ter sido sempre assim. De acordo com ele, “império era comum no vocabulário dos americanos que fizeram a revolução contra a Grã Bretanha e no daqueles que conceberam e executaram o subsequente levante doméstico”. A palavra império, observou, era usada regularmente por eles nas conversas sobre a Inglaterra; e empregavam-na ainda mais ao falar sobre a sua própria condição, as suas políticas e aspirações. “Tornou-se, na verdade, sinónimo da realização do seu sonho”, escreveu.
Para Williams, as gerações posteriores é que se tornaram “menos francas sobre as atitudes e práticas imperiais, apoiando princípios nobres como ‘integridade territorial e administrativa’ e a meta de ‘salvar o mundo para a democracia’ – mesmo quando destruíam as culturas dos Primeiros Americanos, conquistavam metade do México e expandiam incansavelmente o poderio do seu governo em todo o globo”.
Fonte: Wikipédia (Pt)