Os Anjos de Mons

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O exército celestial (Anjos de Mons) escoltou os ingleses durante meia hora até desaparecer tão misteriosamente como tinham aparecido.
O exército celestial (Anjos de Mons) escoltou os ingleses durante meia hora até desaparecer tão misteriosamente como tinham aparecido.

No dia 26 de Agosto de 1914, a derrotada força expedicionária britânica em Mons, França, excedida em número pelos soldados alemães na proporção de três para um, decidiu bater em retirada. O desastre total assomou-se no horizonte quando uma unidade da cavalaria do imperador Frederico Guilherme bloqueou a passagem dos ingleses.

Mas o golpe de misericórdia não chegou a acontecer. De repente, os cavalos dos alemães entraram em pânico, dando coiçes e tendo as narinas dilatadas. A cavalaria germânica fugiu rapidamente e os ingleses conseguiram sair do bloqueio em segurança.

“O que foi que deteve as espadas dos alemães e assustou-lhes os cavalos?” Num artigo publicado no Evening News de Londres, um mês após essa miraculosa sobrevivência, diz-se que os soldados ingleses haviam sido poupados pela visão de um esquadrão de anjos pairando sobre as suas cabeças. O autor do artigo, um tal de Arthur Machen, escritor de histórias de horror e de ocultismo, era, juntamente com W. B. Yeats e Aleister Crowley, membro da ordem hermética do crepúsculo dourado, a mal-afamada sociedade de magia do Século XX.

De acordo com o artigo de Machen, «Os Arqueiros: Os Anjos de Mons», quando os alemães desdobraram forças para a carnificina final, vislubraram nos céus a visão de um exército fantasmagórico em formação do lado dos ingleses. Ainda mais surpreendente foi o facto de que os anjos estavam materializados como arqueiros ingleses medievais, com os longos arcos retesados e as flechas apontadas directamente para o rosto do inimigo.

A história causou tão grande sensação  na Inglaterra que Machen finalmente admitiu que os anjos eram fruto da sua própria imaginação. No entanto, o relato de salvadores celestiais a ajudar os soldados britânicos nas trincheiras recusou-se a morrer. Quando os sobreviventes de Mons começaram a voltar para casa, muitos deles contaram histórias que corroboravam a versão dos arqueiros angelicais. Uma grande quantidade de artigos e panfletos apoiou, posteriormente, essa versão.

Anjos de Mons
Anjos de Mons

O reverendo C. M. Chavasse, padre do exército, disse que ficara a saber do episódio através do relato de um general de brigada e dois dos seus oficiais, que estiveram no campo de batalha.

A despeito dos desmentidos de Machen, os anjos de Mons passaram a ter vida própria. Inconsciente do que fizera, talvez Machen penetrara na consciência colectiva da Inglaterra destruída pela Guerra. Sem dúvida, os anjos levantaram o moral nos dias mais sombrios, quando os jovens ingleses estavam a ser massacrados desordenadamente nos campos da França. E no fim da trama, se é que houve uma, funcionou. Os ingleses e os seus aliados saíram-se vitoriosos. Os anjos, afinal de contas, colocaram-se do lado do exército vencedor.

Fonte: Livro «O Livro dos Fenómenos Estranhos» de Charles Berlitz

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