Os Bilderberger, segundo Michael Bradley

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Hotel Bilderberg na Holanda
Hotel Bilderberg na Holanda

O Grupo Bilderberger recebeu o nome do hotel em Oosterbeek, na Holanda, onde se reunia nos seus primeiros anos de existência e após a sua criação em 1954. Oficialmente, o grupo não tem nome, mas “oficialmente” também não existe. Na verdade, é composto por mais de 100 membros da elite mundial – financeiros internacionais, patrões multinacionais, líderes políticos e a realeza europeia, incluindo, alegadamente, o Príncipe Carlos, a Rainha Sofia de Espanha e a Rainha Beatriz da Holanda. Diz-se que os dois principais agentes de poder são a família americana Rockefeller e a família europeia Rothschild.

Todos os anos reúnem-se, durante quatro dias, num local secreto na Europa ou nos Estados Unidos. A reunião de 2003 teve lugar nos dias 15 a 18 de Maio no luxuoso Palácio Trianon, em Versalhes, mas não foi praticamente mencionada na Imprensa. Isto porque importantes figuras dos Meios de Comunicação Social são membros, ou convidados. O editor do Washington Post está presente em todas as reuniões e os directores editoriais do New York Times, do Los Angeles Times, e de canais de TV também concordaram que as discussões são confidenciais. Como disse o pivô francês Thierry de Segonzac, “os Bilderberger são demasiado poderosos e omnipresentes para serem expostos.”

As reuniões foram presididas pelo antigo oficial Nazi das SS, o Príncipe Bernhard dos Países Baixos, até à sua demissão em 1976, após o seu envolvimento no escândalo de Lockheed. O actual presidente é o Lorde Peter Carrington, um antigo ministro britânico e Secretário-geral da NATO, ligado à família Rothschild pelo casamento.

A repórter Emma Jane Kirby descreveu o Grupo Bilderberger como “um grupo lobista extremamente influente, com um grande poder político em ambos os lados do Atlântico.” Esta pode ser uma grave subestimação da sua influência. Uma EurBrady (a promessa do Presidente Reagan de dar 50 mil milhões de dólares aos Países Comunistas e do Terceiro Mundo) e a destituição de Margaret Thatcher, como primeira-ministra britânica porque resistiu à ideia de um super-estado europeu, são apenas algumas das ideias que se materializaram nas reuniões dos Bilderberger.

Tal como os grupos a eles ligados, como a Comissão Trilateral e o Council on Foreign Relations, o objectivo dos Bilderberger é um único governo mundial e a promoção da ideia de que a soberania nacional é antiquada e regressiva. O autor Neal Wilgus descreveu-os como uma “espécie de CFR não oficial, expandido a uma escala internacional.” Muitos críticos acreditam que eles têm o poder para controlar acontecimentos mundiais e criar políticas e projectos internacionais que aumentam a sua riqueza e poder. Se poder é o que eles procuram, então seria mais fácil subornar, corromper e influenciar um só grupo político, do que grupos de vários países. Estes sumo sacerdotes da globalização beneficiam, largamente, do “internacionalismo” uma vez que este conduz, inevitavelmente, a projectos de grande escala, patrocinados com fundos públicos que podem ser usados para aumentar a riqueza e poder dos Bilderberger (por exemplo, enviar milhões em ajuda financeira para a antiga União Soviética e depois extrair os recursos naturais a preços baixíssimos; políticas desastrosas do Fundo Monetário Internacional que mantêm os Países do Terceiro Mundo atrofiados e impotentes).

Todos os anos, para além dos membros centrais, são convidadas algumas ambiciosas caras novas, seleccionadas quando estão numa posição política promissora e abandonadas quando deixam de ser úteis. Douglas Wilder, o primeiro governador negro dos Estados Unidos, foi convidado quando a sua carreira política parecia estar em ascensão, mas em 1984, quando não conseguiu mais de 1% dos votos nas primárias presidenciais Democráticas, foi retirado da lista de convidados. No entanto, os Bilderberger tiveram sorte em 1991, quando convidaram o governador do Arkansas, Bill Clinton, a participar nas suas conversas íntimas em Baden Baden, na Alemanha. Um ano depois Clinton foi eleito Presidente.

Alegadamente, os Bilderberger terão controlado todos os Presidentes desde os anos 70 do Século XX. Gerald Ford era um Bilderberger; Jimmy Carter e o seu vice-presidente, Walter Mondale, eram membros da Comissão Trilateral. Nas primárias de 1980 Ronald Reagan afirmou não querer envolver-se com as Trilaterais, mas nomeou o Trilateralista George Bush como seu vice-presidente. O seu filho, George W. Bush, não está ligado a estes grupos, mas muitos membros da sua administração pertencem aos Bilderberger.

Lord Carrington com Margaret Thatcher ao lado
Lord Carrington com Margaret Thatcher ao lado

O ex-oficial dos Serviços de Inteligência Britânicos, o Dr. John Coleman, afirma que a conferência é aprovada pelo MI6 britânico com autoridade do Royal Institute of International Affairs (do qual o Lorde Carrington é presidente). Nos Estados Unidos, a CIA fornece informações e segurança nas reuniões, o que não é surpreendente, visto que a base para a CIA — o Gabinete de Serviços Estratégicos (OSS) — foi formado por John J. McCloy, um ex-presidente do Conselho de Relações Externas e presidente do banco Rockefeller Chase Manhattan.

O facto da polícia prender e acusar jornalistas credenciados que tentam expô-los é uma prova clara que as reuniões dos Bilderberger são mais do que eventos “privados”. A organização e o cordão de segurança que os rodeia fazem com que a segurança da Casa Branca pareça a Guarda Doméstica. Em Versalhes, o perímetro de segurança foi sem precedentes, e os residentes locais viram os seus movimentos restringidos pela segurança dos Bilderberger e militares franceses, apesar de não ter sido dada uma explicação satisfatória e nada ter aparecido na imprensa.

Um membro da Comissão Europeia e dos Bilderberger, Mario Monti, minimizou recentemente as conferências, dizendo: “Os participantes estão presentes nas reuniões na qualidade de privados e as suas declarações não são vinculativas na Comissão [Europeia]; não são aprovadas resoluções, não há votações, nem comunicados políticos.” A verdade é que as reuniões confidenciais dos Bilderberger estão acima da democracia e da lei.

Fonte: Livro: «O Manual das Sociedades Secretas» de Michael Bradley

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