O padre Vítor Melícias, ex-alto comissário para Timor-Leste e ex-presidente do Montepio Geral, declarou ao Tribunal Constitucional, como membro do Conselho Económico e Social (CES), um rendimento anual de pensões de 104 301 euros. Em 14 meses, o sacerdote, que prestou um voto de obediência à Ordem dos Franciscanos, tem uma pensão mensal de 7450 euros. O valor desta aposentação resulta, segundo disse ao CM Vítor Melícias, da “remuneração acima da média” auferida em vários cargos.
Vítor Melícias entregou a declaração de rendimentos no Tribunal Constitucional em 2 de Fevereiro de 2009, mais de um ano após a instituição presidida por Rui Moura Ramos ter clarificado a interpretação da lei que controla a riqueza dos titulares de cargos políticos. A 15 de Janeiro de 2008, o Tribunal Constitucional deixou claro que, ao abrigo da lei 25/95, ‘de entre os membros que compõem o CES, se encontram vinculados ao referido dever [de entrega da declaração de rendimentos] aqueles que integrem o Conselho Coordenador e a Comissão Permanente de Concertação Social, bem como o secretário-geral’.
Com 71 anos, Vítor Melícias declarou, em 2007, ao Tribunal Constitucional um rendimento total de 111 491 euros, dos quais 104 301 euros de pensões e 7190 euros de trabalho dependente. ‘Eu tenho uma pensão aceitável mas não sou rico’, diz o sacerdote.
Melícias frisa que exerceu funções com ‘remuneração acima da média, que corresponde a uma responsabilidade acima de director-geral’, no Montepio Geral, na Misericórdia de Lisboa, no Serviço Nacional de Bombeiros e noutros organismos.
Perfil
Vítor José Melícias nasceu em 25 de Julho de 1938 no Ramalhal, Torres Vedras. Exerceu funções em inúmeras entidades, muitas vezes de forma voluntária e gratuita. Tem uma forte ligação à União das Misericórdias.
Discordar da Lei
O padre Vítor Melícias discorda da obrigatoriedade de os membros do CES terem de apresentar ao Tribunal Constitucional (TC) a declaração de rendimentos, ‘porque isso não é’ um cargo político.
Lei 25/95
A lei prevê a perda de mandato para os políticos que não entreguem a declaração de rendimentos dentro do prazo.
Resignação aos portugueses
O padre Vítor Melícias incitou as famílias a não desesperarem nos momentos difíceis, lembrando a tradicional “resistência” dos portugueses num dia em que foram anunciadas novas medidas de austeridade.
“Nós portugueses soubemos na hora do sofrimento resistir e combater”, comentou o padre em Lisboa, à entrada para o jantar de celebração dos 90 anos do ex-líder do CDS-PP Adriano Moreira.
“O que se deve dizer aos portugueses é que desesperar nunca [é solução]. Para um português não há um beco sem saída. Nós havemos de encontrar saída e ela será tão mais fácil quanto soubermos todos solidários uns para com os outros”, disse Vítor Melícias.
Correio da Manhã:
António Sérgio Azenha
26 de Março de 2013
Diário de Notícias:
Lusa
7 de Setembro de 2012
Fontes: Correio da Manhã e Diário de Notícias
Artigos originais:
O padre Melícias deveria ser “obrigado” a pronunciar-se, defendendo-se do que dele se diz. Muitos de nós sabemos que há quem se aproveite da religião em seu próprio benefício, contrariando o que Cristo ensinou.
Porém, e sem querer referir-me a este padre, existem outros que discretamente poderão estar a compartilhar com os mais necessitados, aquilo que ganham ou lhes é oferecido.
A Verdade tem e deve ser dada a conhecer por quem justa ou injustamente é acusado. O sacerdócio não é o acumular riqueza, e muito menos demonstrar ostentação.
Caso assim não seja, a Igreja, na pessoa do seu representante, deverá esclarecer os seus fiéis, sob pena de descrédito na religião que professam ou procuram acreditar.
Esta é a minha forma de ver e de pensar.
.. o mal ganho é mal gasto..
essa tal dita reforma, o seu valor, é gozar comigo e com mais 9.999 milhões de portugueses .
A caridade e a paz e a saùde não tem Preço .
Saudações .
Quem lha deu é quem tem culpa tb .