Parceiros Entusiastas dos EUA em Acções de Terrorismo

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Bandeira de Israel como sendo um Estado Terrorista
Bandeira de Israel como sendo um Estado Terrorista

Na realidade, um jornalista imparcial pode notar algumas outras interessantes semelhanças entre a primeira e a segunda fase da Guerra contra o terror. No ano 2001, quase todos os Estados terroristas em que se pense estavam zelosamente a juntar-se à coligação contra o terrorismo e as razões não constituíam segredo.

Todos sabemos por que motivo os russos são tão entusiastas: querem o apoio dos Estados Unidos para as suas monstruosas actividades terroristas na Tchetchénia, por exemplo.

A Turquia mostrou-se particularmente entusiasmada. Foi o primeiro país a oferecer tropas e o Primeiro-Ministro explicou porquê: como manifestação de agradecimento pelo facto de só os Estados Unidos estarem a despejar grande quantidade de armas na Turquia — proporcionando aos turcos a possibilidade de conduzirem algumas das piores acções de limpeza étnica e atrocidades terroristas da década de 90. Estão-lhes muito agradecidos por isso, motivo por que ofereceram tropas para a nova Guerra contra o terrorismo. A propósito, recorde-se que nada disto é considerado terrorismo porque, por convenção, como somos nós a fazê-lo, não é terrorismo. E por aí fora; não vou falar do resto.

Também a propósito, a mesma coisa era verdade na primeira fase da Guerra contra o terrorismo. Assim, as palavras do Almirante Boyce que citei acima foram uma paráfrase das palavras do bem conhecido estadista israelita Abba Eban, em 1981, pouco tempo antes de ter sido declarada a primeira Guerra contra o terrorismo. Eban estava a justificar as atrocidades israelitas no Líbano, que ele sabia muito bem serem terríveis, mas justificáveis porque, dizia ele, «existia uma perspectiva razoável de que as populações atingidas exerceriam pressão para que terminassem as hostilidades». Note-se que se trata de mais um exemplo de manual de terrorismo internacional no sentido oficial.

As hostilidades a que ele se referia eram as da fronteira israelo-libanesa, na origem esmagadoramente provocadas pelos israelitas, muitas vezes até sem qualquer pretexto, mas com o apoio dos Estados Unidos, pelo que, consequentemente, por convenção, não são terrorismo e não fazem parte da história do terrorismo. Naquela altura, com o apoio decisivo dos Estados Unidos, Israel lançava ataques contra o Líbano, bombardeando e praticando outras atrocidades, a fim de tentar arranjar algum pretexto para uma já planeada invasão. Bem, não conseguiram arranjar o pretexto, mas invadiram à mesma, matando cerca de dezoito mil pessoas e continuando a ocupar o sul do Líbano durante cerca de vinte anos, com muitas atrocidades, mas tudo muito bem escondido porque os Estados Unidos eram o grande apoiante.

Fonte: LIVRO «A Manipulação dos Media» de Noam Chomsky

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