A Plataforma 15 de Outubro, que integra o movimento dos indignados, garante que tem provas que denunciam a presença de polícias à civil a incitarem à violência na manifestação de 24 de Novembro, e exige que se apurem responsabilidades.
Numa conferência de imprensa realizada hoje junto ao Ministério da Administração Interna para «denunciar e condenar a violência policial» na manifestação do dia da greve geral em frente à Assembleia da República, o movimento considerou «ilegal» e «crime» a presença de polícias à civil a incitaram à violência.
Sofia Rajado, um dos membros da plataforma, referiu que há provas que comprovam esta acção da polícia e condenaram as declarações do ministro da Administração Interna, Miguel Macedo, que elogiou o trabalho da polícia.
«O ministro veio dizer publicamente uma inverdade e isso tem que ter consequências», salientou João Camargo, outro elemento do movimento, adiantando que «há necessidade de averiguar e apurar essas responsabilidades».
Outro membro da plataforma 15 de Outubro, Renato Guedes, critica o processo de averiguações da PSP, defendendo que deveria ser aberto um inquérito por parte da Procuradoria-Geral da República.
A plataforma rejeitou qualquer ligação a actos de violência e manifestou-se contra a detenção de pessoas, como aconteceu na passada quinta-feira, exigindo, por isso, a absolvição daqueles que foram detidos de «forma ilegal e abusiva por agentes provocadores».
Entre os sete detidos não está qualquer membro da plataforma 15 de Outubro, segundo os seus membros.
Na tarde de quinta-feira, alguns manifestantes tentaram, durante o protesto que decorreu em frente à Assembleia da República, subir as escadarias do edifício, o que motivou a intervenção policial e resultou em sete detidos e um agente ferido.
Entretanto, a PSP anunciou a abertura de um inquérito interno de averiguações sobre o vídeo das agressões a um jovem alemão após a manifestação.
O movimento condenou igualmente a acção da polícia junto aos piquetes de greve, que se pautou pela «ilegalidade e repressão» com os agentes a apresentarem-se nesses locais «armados com caçadeiras e metralhadoras».
«Está a ser construída uma narrativa de terror social que visa claramente criminalizar o movimento social e os efeitos da greve geral e da manifestação», sustentou Sofia Rajado.
A Plataforma 15 de Outubro anunciou hoje que vai realizar uma nova manifestação no fim de Janeiro.
Lusa/SOL
29 de Novembro de 2011
Fonte: Sol
Artigo Original: http://sol.sapo.pt/inicio/Sociedade/Interior.aspx?content_id=35051