Nota-se algum mal entendido, em relação ao posicionamento político das ocorrências dos últimos 3 anos.
Há quem considere tratar-se de um fenómeno da Esquerda, enquanto outros julgam ser tendências fascistas de Direita.
Nas suas formas mais extremas, a Esquerda (Comunismo) e a Direita (Fascismo) são ambas ideologias socialistas e colectivistas, ou seja, privilegiam o “todo” e o “bem-estar geral”, em detrimento do indivíduo. Ambas opõem-se a uma sociedade individualista (livre empreendedorismo). Em ambas, centraliza-se o poder, e há uma maior intervenção deste poder central na vida dos indivíduos.
Esquerda e Direita distinguem-se sobretudo porque uma (Comunismo) abole a propriedade privada, enquanto que a outra (Fascismo) a mantém (mas apenas na teoria, porque na prática, os meios de produção são à mesma dirigidos pelo Estado).
Portanto, tanto Esquerda como Direita são dois extremos, duas polarizações do mesmo fenómeno: os extremos tocam-se e equivalem-se.

Por exemplo, Hitler conseguiu mais rapidamente endoutrinar o povo alemão no seu nacional-socialismo, porque este já havia recebido anos de propaganda socialista através dos socialistas de esquerda, que viriam não obstante, a ser demonizados e tornados bodes expiatórios pelo Nazismo.
Mas a mente funciona nos extremos: quando se incompatibiliza com um, passa automaticamente para o oposto.
A nossa breve explanação é algo simplista, pois as ideologias do espectro político têm vindo a evoluir e a absorver outros parâmetros, ao longo dos anos. No entanto, mantêm a sua natureza básica.
Através dos eventos dos últimos quase 3 anos, podemos observar que a nossa sociedade ocidental, marcadamente e tradicionalmente individualista, se está a dirigir para uma realidade cada vez mais colectivista, onde o bem comum (“salvar o planeta”, “salvar o natal”, “salvar os idosos”, “salvar o Sistema Nacional de Saúde (SNS)”) se tem vindo a sobrepor aos direitos, liberdades e garantias do indivíduo. Trata-se de uma transição que tem vindo a ser obviamente facilitada / manipulada / dirigida, justificando-se através de falsos ou exagerados problemas globais.
Uma novidade do sistema para onde caminhamos, é a do controlo/vigilância pela tecnologia (Tecnocracia).
Esquerda e Direita não são um bom quadro de referência para designar o carácter político desta transição forçada, uma vez que são ambas ideologias colectivistas.
Diz-nos a História que as maiores tragédias dão-se, quando uma ideologia (um “ismo”) se sobrepõe aos direitos do indivíduo.