Prémio Nobel e Virologista mais famoso a nível mundial afirmam: “O HIV é inofensivo. Mas as drogas anti-HIV são mortais”

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1960
HIV- Vírus da imunodeficiência humana
HIV- Vírus da imunodeficiência humana

Desde a eclosão da SIDA, em 1981, a expressão “HIV-positivo” transformou-se quase que numa sentença de morte. A presença do HIV em um organismo significava que, mais cedo ou mais tarde, ele adoeceria de SIDA. Mas… e se o vírus for inocente? E se ninguém precisasse temer o contágio e nem, por causa disso, tivesse de usar preservativo como uma obrigação, nem tomar drogas pesadas como o AZT, disparadas contra o vírus como a única alternativa de salvação? Essa tese polémica — ou simplesmente insana na opinião de muitos especialistas — é defendida pelo cientista que mais entende actualmente dos vírus da categoria do HIV, chamados de retrovírus. Trata-se do bioquímico alemão, naturalizado americano, Peter Duesberg, da Universidade da Califórnia, em Berkeley. “Peter é extraordinário e brilhante”, diz a seu respeito o seu maior oponente, o virologista americano Robert Gallo, do Instituto Nacional do Cancro (INC) (Gallo descobriu o HIV e é o autor da tese de que é o vírus que causa a SIDA). Duesberg concordou em dar esta entrevista depois do presidente da África do Sul, Thabo Mbeki, em Abril de 2000, ter anunciado que poderia suspender, no seu país, o tratamento da SIDA por meio das drogas anti-HIV, não só pelos seus efeitos colaterais deletérios, como por haver dúvidas sobre a sua eficiência no combate à doença. O anúncio teve o efeito de um terramoto. Pela primeira vez deu-se atenção a Duesberg e a mais uma centena de pesquisadores que inocentam o vírus, entre os quais o bioquímico americano Kary Mullis, da Universidade da Califórnia, Prémio Nobel da Química de 1993. A seguir, entenda por que é que eles não acreditam que o HIV seja o vilão da história.

Por que você não aceita a teoria de que a Aids é causada por um vírus, o HIV?

HIV
HIV

A SIDA não é compatível com os critérios usados para definir uma doença como infecciosa — isto é, causada por microorganismos. Para começar, todas as infecções levam ao contágio e são comummente transmitidas para quem trata os pacientes. Não se conhece um único médico ou enfermeira que tenha contraído SIDA dessa maneira. No total, desde que a SIDA foi diagnosticada há 20 anos, mais de 750.000 casos já foram registados nos Estados Unidos. O facto de não ter havido a contaminação de nem sequer um médico ou enfermeira demonstra que a SIDA não é contagiosa.

Mas a SIDA não se está a espalhar pela população por contágio?

Não. As doenças infecciosas alastram-se mais ou menos por igual por toda a população. É o que se vê, por exemplo, na poliomielite, na varíola, na hepatite etc. Em vez disso, tanto nos Estados Unidos quanto na Europa, a SIDA é uma enfermidade predominantemente masculina: até 85% dos pacientes são homens. Como explicar a baixa incidência no sexo feminino? E não é só isso: quase 70% dos pacientes masculinos são homossexuais utilizadores de drogas, o que torna a distribuição da doença ainda mais desigual, mais restrita a um segmento específico da sociedade.

Então, qual seria o papel do vírus?

O HIV não se encaixa nos critérios estabelecidos. Nenhum outro vírus tem o comportamento que se atribui a ele. Enquanto todos os vírus conhecidos causam doença em alguns dias ou semanas após a infecção, o HIV demoraria até dez anos para provocar efeito. É um paradoxo sem explicação. Na verdade, essa demora no aparecimento do mal é característica das doenças associadas às drogas. O cancro de pulmão surge de dez a 20 anos depois que se começa a fumar, e a cirrose, 20 anos depois de começar a beber.

Peter Duesberg
Peter Duesberg

Até que ponto essa analogia é importante para entender a causa da SIDA?

Ela revela o quanto é duvidoso que o HIV seja a causa da SIDA. Se ela fosse de origem viral, deveria ter seguido um de dois caminhos possíveis: ou teria sido controlada assim que os pacientes desenvolvessem imunidade a ela, ou teria explodido, como previram erroneamente os cientistas americanos. Mas o que aconteceu foi algo completamente diferente: ela está associada a um estilo de vida, da mesma forma que o cancro de pulmão predomina entre os fumadores e, como ele, continua confinada a uma pequena parcela da população.

Então, a causa da doença seria um comportamento…

A hipótese que nós defendemos é que a SIDA é uma epidemia química, não contagiosa, provocada pelo uso persistente de drogas nos Estados Unidos e na Europa, e pela má nutrição (a falta de nutrientes causa problemas químicos, tanto quanto as drogas), na África.

Como se explicam as fotos ou filmes que mostram o HIV a infectar as células?

O facto de um vírus estar presente num paciente não é suficiente para provar que ele seja a causa da doença. Especialmente se a doença não é contagiosa. Na verdade, na sua grande maioria os vírus são “passageiros” inofensivos do organismo humano e nunca causam doenças.

A hipótese da causa química tem sido estudada de uma forma adequada, na sua opinião?

Claramente que não. Pelo contrário: tem sido censurada, suprimida e privada de verbas públicas. Os seus proponentes são intimidados e marginalizados.

Você alega que os tratamentos disponíveis para a SIDA não ajudaram ninguém até hoje. O que o faz pensar assim?

Primeiro, as terapias são direcionadas contra o vírus e ele não causa a SIDA. Segundo, como as drogas utilizadas prejudicam o sistema de defesa do organismo (como se diz que o HIV faz) elas são a própria SIDA por prescrição médica. Receitar AZT, por exemplo, é como receitar a doença.

Como se explica que o jogador de basquetebol americano Magic Johnson esteja em tão boa forma, embora tenha contraído SIDA e consumido o AZT?

Você está enganado: Johnson tomou AZT apenas durante alguns meses, há dez anos atrás. Depois disso nunca mais. E é por isso que tem boa Saúde actualmente. O HIV é inofensivo, mas as drogas anti-HIV são mortais: Johnson é a prova viva disso.

Acredita que uma pessoa saudável poderia injectar o vírus em si mesma sem risco de ter SIDA?

Sim. Isso já acontece. De acordo com a Organização Mundial de Saúde, 33 milhões de pessoas, são actualmente HIV-positivas, mas menos de dois milhões desenvolveram a doença desde que ela é conhecida. Portanto, há 31 milhões de pessoas infectadas e completamente saudáveis no mundo — entre as quais Magic Johnson.

Você faria essa experiência?

Eu já me dispus a isso, desde que o objetivo seja fazer pesquisa — uma investigação financiada por dotações adequadas e com liberdade para publicar os resultados em revistas especializadas. Eu sou um cientista, não um apostador.

Você acredita que o grupo dos chamados “rebeldes da SIDA”, do qual você faz parte, pode passar a ser ouvido daqui para a frente?

Penso que o nosso maior aliado é o fracasso da hipótese de que o HIV cause a SIDA. As pesquisas nessa linha não conduzem à cura, não previnem e nem explicam a doença, a despeito de todos os esforços já feitos em termos de capital e de recursos humanos por mais de 16 anos. A incapacidade de produzir resultados é a marca registrada do fracasso. Isso, mais a simples lógica dos nossos argumentos, refutarão a hipótese corrente mais cedo ou mais tarde. Da mesma forma que Galileu, mesmo que depois de 400 anos, acabou por convencer até o próprio Papa de que a Terra gira em torno do Sol. (Só em 1983 é que a Igreja admitiu que errou ao condenar Galileu).

Outubro de 2000
Flávio Dieguez

Fonte: Super Interessante

Artigo Original: http://super.abril.com.br/superarquivo/2000/conteudo_149490.shtml

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