Não existe um único desastre que tenha captado mais a atenção de investigadores do Paranormal como o naufrágio do Titanic, na noite de 14 para 15 de Abril de 1912. A dimensão e o luxo do navio, a sua reputação de inafundável e o drama do seu desaparecimento naquela noite gélida em pleno Atlântico Norte contribuíram para gravar indelevelmente os seus últimos instantes na imaginação popular.
Foram escritos livros inteiros sobre as premonições vividas por passageiros do Titanic e por outras pessoas que se recusaram a embarcar devido a um sexto sentido relacionado com uma fatalidade iminente. Um empresário norte-americano cancelou a reserva para a fatídica viagem após receber uma carta e um cabograma da esposa, no Nebrasca, que sonhara com o naufrágio do Titanic. Uma mulher, ao vê-lo zarpar do porto pelo estreito Solent, afirmou, de súbito: «Aquele navio vai naufragar antes de chegar à América», e instigou furiosamente quem a rodeava que fizesse algo para parar a embarcação.
O escritor profético
A mais intrigante previsão sobre o destino do transatlântico chegou, ainda assim, bem antes de o Titanic ser sequer projectado, quanto mais construído ou lançado. Nasceu da mão de um romancista norte-americano pouco conhecido e escritor de contos de nome Morgan Robertson. Marinheiro durante a juventude, Robertson voltou-se, mais tarde, para a escrita como ganha-pão, servindo-se do seu passado marítimo para arquitectar um cenário para os seus contos. Para Robertson, escrever nunca foi tarefa fácil. Passava horas sentado à espera de inspiração. Eis que, quando ganhava disposição, escrevia fervorosamente sem parar. Nas palavras de um dos amigos, ele «acreditava cegamente que alguma alma desencarnada, alguma entidade espiritual com habilidade literária a quem fora negada expressão física, se apoderara do seu corpo e cérebro». Robertson gostava de apelidar este demónio de inspiração de «parceiro astral de escrita».
Em 1898, 14 anos antes do naufrágio do Titanic, Robertson sentiu-se impelido a escrever um romance. Intitulado Futility, acabou por se revelar extraordinariamente profético. A história tinha lugar num luxuoso transatlântico britânico que atravessava o Atlântico Norte. A embarcação, a maior da sua época, era, segundo diziam, inafundável. No romance, o navio parte para a sua viagem inaugural em Abril. Ao embater contra um icebergue, naufraga, causando a morte de muitas centenas de pessoas. O número de mortos acaba por aumentar devido a uma quantidade insuficiente de barcos salva-vidas. Em todos estes detalhes, Robertson previu com precisão o destino do Titanic. Contudo, a coincidência mais notável de todas recai no nome que escolheu para o seu navio: o Titan.
Robertson voltou a aproximar-se incrivelmente da realidade de 1912 através de outros detalhes. Idealizou o Titan com três hélices, 19 compartimentos à prova de água e 24 barcos salva-vidas; os números correspondentes para o Titanic eram três, 16 e 20. O Titan tinha três mil pessoas a bordo e embateu no icebergue a uma velocidade de 25 nós; o Titanic contava com 2224 passageiros e viajava a 23 nós no momento fatídico. Os críticos realçaram que poderia ser esperado que Robertson, especificações de um futuro transatlântico de luxo e de como seria suposto comportar-se. Mesmo assim, quer a sua obra seja incluída no rol de premonições ou de previsões racionais, continua a ser um dos mais extraordinários exemplos de previsão precisa.
Um aviso ignorado
Mais de vinte anos antes de perder a vida no Titanic, o conhecido jornalista e espírita inglês W. T. Stead publicou uma história intitulada «Como o navio postal naufragou em pleno Atlântico, segundo relato de um sobrevivente». No conto, um gigantesco transatlântico naufraga após uma colisão com um outro navio. Devido à escassez de barcos salva-vidas a bordo, muitas foram as vidas que se perderam. Escreveu Stead: «Isto é exactamente o que poderá acontecer e o que acontecerá, se os transatlânticos partirem para o mar com poucos barcos de salvamento.» Tragicamente, o futuro deu-lhe razão: os barcos salva-vidas a bordo do Titanic eram suficientes apenas para metade dos passageiros.
Morgan Robertson descreve o transatlântico ficcional Titan em Futility, um pequeno romance publicado 14 anos antes do naufrágio do Titanic:
«Foi a mais imponente embarcação lançada à água e a maior das obras do Homem. A sua construção e manutenção envolveram toda a Ciência, arte e ofício conhecidos pela civilização… Inafundável, indestrutível, transportava os barcos de salvamento mínimos aos olhos da lei.»
NOTA: este tema do livro escrito por Robertson, como Profecia em relação ao Titanic, já tinha sido abordado pelo Paradigmas no artigo «O mistério da profecia do Titanic»
Fonte: Livro «As Profecias que Abalaram o Mundo» de Tony Allan