Royal Rife (16 de Maio de 1988 – 5 de Agosto de 1971) foi um inventor americano e um dos primeiros impulsionadores da microfotografia de alta ampliação em tempo real. Na década de 1930, ele reivindicou que usando um microscópio óptico, especialmente concebido, podia observar micróbios que eram demasiados pequenos para visualizar com a Tecnologia existente na altura. Rife também referiu que um dispositivo de “feixe de raios” na sua invenção poderia enfraquecer ou destruir os constituintes químicos dos patógenos por ressonâncias energicamente destrutivas.
As afirmações de Royal Rife não foram reproduzidas por outras entidades/organismos independentes e por tal motivo, acabaram por ser desacreditadas pela Comunidade Médica na década de 1950. Rife culpou a rejeição científica das suas afirmações à existência de uma conspiração, envolvendo a Associação Médica Americana (AMA), o Departamento de Saúde Pública, e outros elementos da “medicina organizada”, por terem realizado uma “lavagem cerebral” aos potenciais apoiantes dos seus dispositivos.
Em 1987, através do Livro «The Cancer Cure That Worked», alguns círculos médicos alternativos voltaram a mostrar interesse nas reivindicações de Rife, afirmando que o seu trabalho foi suprimido através de uma conspiração poderosa liderada pela AMA. Depois da publicação deste livro, uma variedade de dispositivos que ostentam o nome de Rife foram comercializados como curas para diversas doenças, como o cancro e o HIV. Após uma análise pela Empresa “Electronics Australia“, foi descoberto que um “dispositivo Rife típico” consiste numa bateria de nove volts, cablagem, um switch, um temporizador e duas extensões curtas de tubos de cobre, que emitia uma corrente “quase imperceptível”, pouco provável de penetrar na pele. Vários comerciantes de outros “dispositivos Rife” foram condenados por fraude na Saúde e, em alguns casos, os pacientes de cancro que usaram estes dispositivos como um substituto para o tratamento médico morreram. Os dispositivos Rife estão actualmente classificados como um subconjunto de aparelhos radiónicos, que são geralmente vistos pelos especialistas como “pseudomedicina”.
Vida e Obra
Existe pouca informação de confiança publicada descrevendo a vida de Rife. Em 1929, foi-lhe concedida uma patente para uma lâmpada de microscópio de alta intensidade. Em 20 de Novembro de 1931, quarenta e quatro médicos participaram num jantar anunciado como “The End To All Diseases” na propriedade de “Pasadena Milbank Johnson“, honrando Arthur I. Kendall de Northwestern Medical School e Rife, que desenvolveu o “microscópio de Rife“. Microorganismos que se deslocavam numa amostra de tecido humano doente, teriam sido vistos, fotografados e também filmados com equipamentos na altura capazes de registar este movimento.
Em 1932, através de um relatório cientifico, O médico, da Clínica Mayo, Edward C. Rosenow, escreveu que, para além de outras pequenas partículas visíveis ao microscópio de laboratório padrão, pequenos corpos turquesa denominado “eberthella typhi” não visíveis com os microscópios de laboratório normais, foram observados num produto filtrado usando um microscópio Rife. Rosenow atribuiu a sua detecção “aos engenhosos métodos empregados, em vez da excessivamente alta ampliação”. Posteriormente, um dos microscópios de Rife foi mencionado no Relatório Anual de 1944 do Conselho de Regentes da Smithsonian Institution.
Rife afirmou ter documentado uma Classificação/Taxa de Mortalidade Oscilatória, para vários organismos patogénicos, e de ser capaz de destruir através da vibração os organismos por meio desta Classificação/Taxa particular. De acordo com o “San Diego Evening Tribune“, em 1938, Rife chegou a afirmar que poderia curar o cancro, mas também argumentou que poderia “desvitalizar organismos causadores de doenças” no tecido vivo , “com algumas excepções”.
A obra e as afirmações de Rife foram finalmente desacreditadas pela comunidade médica, um resultado que Rife atribuiu a poderosas conspirações contra si. A 5 de Agosto de 1971, um obituário no jornal “Daily Californian” descreveu a sua morte aos 83 anos de idade, afirmando que teria morrido pobre e amargurado com o fracasso, pela não aceitação por parte da Comunidade Cientifica, dos seus dispositivos.
Ressurgimento na Actualidade, Marketing e a Fraude na Saúde
Em 1980, o interesse em Rife foi novamente despertado, pelo autor Barry Lynes, que escreveu um livro sobre Rife intitulado «The Cure Cancer That Worked». O livro afirmava que o dispositivo do Rife “‘feixe de raios” poderia curar o cancro, mas que qualquer menção das suas descobertas foi suprimida em 1930 por uma ampla conspiração liderada pela Associação Médica Americana. A “American Cancer Society” descreveu as reivindicações de Lynes como implausíveis, observando que o livro foi escrito “num estilo típico de teorias da cosnpiração” e desafiou qualquer verificação independente.
Em resposta a este “interesse renovado”, começaram a ser produzidos dispositivos que ostentavam o nome de Rife e comercializados na década de 1980 . Tais “dispositivos Rife” têm posição de destaque em vários casos de fraude de Saúde nos EUA, geralmente centrados em torno da inutilidade dos dispositivos e das afirmações grandiosas com que são comercializados. Num caso de 1996, os comerciantes de um “dispositivo Rife” reivindicaram que poderiam curar inúmeras doenças, incluindo cancro e o HIV, e deste modo foram condenados pelo crime de fraude na Saúde. O juiz, na sentença de condenação, descreveu os comerciantes como “proporcionando falsas esperanças a pessoas vulneráveis, incluindo as que sofrem de doenças terminais”. Em 2002, John Bryon Krueger, que administrava a “Royal Society Research Rife” , foi condenado a 12 anos de prisão pela sua participação num assassinato, tendo recebido igualmente uma sentença de 30 meses referente à venda ilegal de dispositivos Rife. Em 2009, um tribunal dos EUA condenou James Folsom por 26 acusações criminais relativamente à venda dos dispositivos Rife com o nome de “NatureTronics“, “Astropulse“, “BioSolutions“, “Energy Wellness” e “Global Wellness“.
Várias mortes foram atribuídas ao uso de dispositivos Rife em vez ao uso do tratamento médico padrão. Num caso nos EUA, um tribunal descobriu que um comerciante de um dispositivo Rife tinha violado a lei e que, como resultado das suas acções, um paciente com cancro morreu porque tinha cessado o seu tratamento de quimioterapia. Na Austrália, o uso de dispositivos Rife têm sido responsabilizados pela morte de vários pacientes com cancro, afirmando que poderiam ter sido curados com a denominada terapia convencional.
Fonte: Wikipédia (En)