Há uma longa história de negação de uma causa física para o sofrimento das mulheres. Tal como acontece com as pessoas que sofrem de fibromialgia, as pessoas que sofrem da síndrome de fadiga crónica (SFC) – igualmente conhecida por nomes como encefalomielite miálgica/síndrome de fadiga crónica (EM/SFC), síndrome de fadiga crónica/disfunção imune (SFC/DI) e doença sistémica de intolerância ao esforço (DSIE) – ouvem frequentemente dizer que são mentirosas, preguiçosas, delirantes e/ou loucas. Trata-se de uma doença que afecta desproporcionalmente mais as mulheres.
E a síndrome de fadiga crónica tem vindo a aumentar.
Está a tornar-se comum jovens universitárias voltarem para casa a meio do semestre com a doença, sem conseguirem fazer mais nada além de ficar na cama. Contrair a SFC para uma mulher no final da adolescência ou no início da casa dos vinte pode ser particularmente devastador, enquanto se vê os amigos prosseguirem com os seus relacionamentos e os seus empregos, e a pessoa se sente presa e incapaz de estar à altura do seu potencial.
As mulheres que contraem a SFC na casa dos trinta, quarenta ou cinquenta também têm os seus obstáculos: embora neste ponto a pessoa já tenha idade suficiente para ter uma vida estabelecida e uma rede de apoio, também tem responsabilidades estabelecidas. Provavelmente, está a tentar ser tudo para todos, a tratar de mais coisas do que pode, e, por isso, sente a pressão de agir normalmente quando a SFC ataca.
A acrescentar ao isolamento para ambos os grupos etários, há ainda os sentimentos de culpa, medo e vergonha que acompanham estes diagnósticos errados. Estou certo de que, se você tem SFC, passou pelas profundezas do sofrimento físico e já teve alguém a dizer-lhe: “Mas estás com um ar perfeitamente saudável.” É tão desanimador uma pessoa sentir-se mal e ouvir dos médicos, amigos ou familiares que não há nada de mal com ela.
A síndrome de fadiga crónica é real. E o vírus de Epstein-Barr.
Como vimos, as pessoas com SFC têm uma elevada carga viral do VEB, que ataca sistematicamente o organismo ao criar uma neurotoxina que inflama o sistema nervoso central. Isso pode acabar por levar ao enfraquecimento das suprarrenais e do sistema digestivo, e criar a sensação de se ter as baterias em baixo.
Fonte: LIVRO: «O Médico Médium» de Anthony William