Uma recente invenção, o Slingshot, pode ser capaz de fornecer água a quem mais precisa. O aparelho tem por trás o visionário Dean Kamen, que trabalhou em parceria com a Coca-Cola, de forma a espalhar a sua criação pelos países em desenvolvimento de África e da América Central. A sua esperança é ser capaz de eliminar os milhões de mortes registadas anualmente e relacionadas com a transmissão de doenças por água contaminada.
Mais de 783 milhões de pessoas não têm acesso a água potável e 37% da população mundial não sabe o que é uma instalação sanitárias digna – os dados foram divulgados pela ONU, durante o último Dia Mundial da Água. Este novo dispositivo pode receber qualquer líquido potencialmente contaminado e destilá-lo em algo seguro para consumo.
“Durante anos, procurámos um parceiro que nos pudesse ajudar a levar a máquina Slingshot para produção, baixar o custo, entregar e operar as unidades em locais onde a necessidade é maior. Agora temos esta parceria com a Coca-Cola”, disse Kamen.
O sistema ferve e evapora a água proveniente de qualquer fonte – rios, oceanos ou até esgotos – e condensa o vapor, permitindo recolher água purificada. As primeiras versões eram grandes e exigiam o consumo de muita electricidade; o modelo de pré-produção é capaz de produzir 45 litros de água potável por hora, consumindo menos de 1 kWh de electricidade.
Ele pode ser ligado a qualquer tomada ou alimentado através de células solares, baterias ou de um gerador eléctrico que funciona a biogás ou metano provenientes de fontes de resíduos locais.
Um recente documentário sobre esta solução, realizado por Paul Lazarus, conquistou o terceiro lugar no Focus Forward Film Festival, que destaca soluções inovadoras por todo o mundo. Será esta a invenção que vai mudar, para sempre, a forma como os países em desenvolvimento consomem água?
Em entrevista à revista Go Outside, Kamen respondeu a algumas questões:

Go Outside: Você tem muita fé nessa máquina?
Kamen: No verão passado, levamos uma delas para a praça da Paz Celestial, em Pequim, na China, e a usamos com a água do rio local. Ela não era só castanha e nojenta, era gelatinosa. Tinha coisas a boiar nela que desafiavam qualquer descrição. E a água saiu limpíssima, a água mais pura possível. Ficamos lá a dar copos dessa água às pessoas.
Go Outside: Como surgiu o seu interesse pela água?
span style=”color: #eea71e;”>Kamen: Estávamos a projectar na Deka sistemas de diálise caseiros — que precisam de água pura para funcionar — e por isso interessamo-nos em como purificar a água local. Mesmo nos países desenvolvidos, a água de torneira pode conter arsénico, criptosporídio, chumbo e outros contaminantes, por isso gastamos milhões a tentar pensar em tudo o que poderia sair de errado com a água e como resolver isso. Em determinado momento eu disse, ”Nós podiamos ajudar algumas centenas de milhares de pessoas — ou podemos expandir essa Tecnologia para servir 1 bilião de pessoas pelo mundo”.
Go Outside: E as pessoas disseram na altura, “Grande idéia!”?
Kamen: Não, todos disseram: “Você não está bem!”.
Mas eu pensei: ”Se pudermos fabricar uma máquina que não precisa de produtos químicos, carvão activado ou membranas — e se for pequena e fácil de carregar para poder levar a regiões distantes e durar anos sem manutenção — resolveríamos o problema”.
Go Outside: Recentemente, vocês testaram um protótipo nas Honduras, onde as pessoas estavam a ficar doentes por beber água suja do rio. Como foi?
Kamen: Desde o início, fizemos mil litros por dia. As pessoas adoraram. Agora, estamos prontos para levar mais protótipos a outras aldeias no ano que vem. Em alguns anos, esperamos que eles estejam disponíveis em grande quantidade. Em grandes volumes, o custo seria de menos de mil dólares por unidade.
Ótima invenção !!!!
São tecnologias assim que ajudam a melhorar a vida das pessoas !!!!
Parabéns pelo artigo.
Obrigado amigo Carlos. ?
Cumprimentos.
Kamen foi o inventor do Segway… aquele equipamento usado pelos seguranças e policias de várias cidades e shoppings para se locomoverem.
Tem um documentário do Slingshot no Netflix… muito bom. Recomendo.
Abraço.
Hélcio.