Quase todos os donos têm uma forte ligação aos seus animais e procuram protegê-los do mal. A Ciência é geralmente encarada como uma força negativa no que diz respeito aos animais, em especial quando utilizados no ensaio de Medicamentos e na vivissecção. Anualmente, milhões de animais, nomeadamente coelhos, cobaias, cães, gatos e macacos, são sacrificados no altar da Ciência. (Não deixa de ser irónico que a palavra “sacrifício” seja usada como termo técnico na literatura científica para significar a morte de um animal). Outra razão que contribui para a imagem negativa que da Ciência têm muitos amantes dos animais é o seu papel determinante na criação da indústria pecuária.
Neste contexto, a ideia de que a Ciência pode invadir a santidade do lar, sujeitando os amados animais de companhia às suas motivações profanas, é profundamente desagradável. Interferir com os animais de companhia é tabu.
Por muito compreensível que esta reacção seja, não se aplica às experiências que eu aqui sugiro. Estas experiências não implicam crueldade nem sofrimento. Pelo contrário, podem ser divertidas, não só para as pessoas mas também para os próprios animais. E, longe de diminuir os animais de companhia e o seu relacionamento com as pessoas, podem suscitar um aumento do respeito pelos animais e pelos seus poderes. De facto, estou convencido de que uma das formas pelas quais este tipo específico de investigação pode mudar o mundo é dando um novo sentido às ligações vivas, visíveis e invisíveis, entre os reinos humano e animal.
Fonte: LIVRO: «7 Experiências que podem mudar o Mundo» de Rupert Sheldrake