Existe uma grande número de provas que sugerem que a telepatia ocorre, na maioria das vezes, entre pessoas que se conhecem. Mas, de acordo com caso relatado pelo parapsicólogo Lyall Watson, não se trata de um facto irrefutável.
O facto estudado por Watson refere-se a um marinheiro chamado Shep, que resolvera trabalhar num barco pesqueiro do Hawai.
Num determinado ponto da expedição, o tripulante decidiu ir ao seu camarote. Começou a descer as escadas em direcção ao alojamento dos tripulantes no castelo da proa, porém escorregou e caiu de costas nos degraus. Paralisado pela queda e a sofrer dores horríveis, Shep pensou que fosse morrer. Às 21h12 daquela noite, os seus pensamentos voltaram-se para uma certa amiga.
A amiga, uma mulher chamada Milly, iria visitar a mulher do capitão do barco naquela noite. A esposa do capitão, originária da Samoa, fazia tricot durante a visita, quando, de repente, sentiu uma dor estranha na cabeça. Caiu no chão como se tivesse entrado em transe, e começou a dizer:
“Alguma coisa má aconteceu no barco” .
Ela sabia que a impressão não se referia ao marido, mas não podia ser mais precisa. Milly consultou o relógio e viu que eram 21h14.
No entanto, foi somente na manhã seguinte que as mulheres ficaram a saber da notícia, através da guarda costeira. Tinham levado Shep a Kauai, com uma fractura uma nas costas.
Contudo, porque foi a mulher do capitão que recebeu a mensagem telepática e não Milly, a boa amiga de Shep?
“O emissário da mensagem era um homem de uma cultura que, pelo menos inconscientemente, permitia e aceitava a existência da telepatia. A mensagem destinava-se a uma mulher cuja educação a tornou menos receptiva e quando provou não reagir ao apelo telepático, a mensagem acabou por chegar à mente da outra pessoa que estava próxima, pessoa essa apenas indirectamente envolvida, mas cujo conhecimento cultural, auxiliado pelo nível de percepção, facilitou o contacto”, explica Watson.
Fonte: Livro «O Livro dos Fenómenos Estranhos» de Charles Berlitz