História
A maioria dos métodos terapêuticos de estimulação ou regulação é muito antiga.
No entanto, foram poucos os terapeutas que, nas últimas décadas, se esforçaram por saber como pô-los em prática e determinar as doenças para que são úteis.
Situação actual
A tendência actual de se procurar viver de acordo com as leis da natureza e de se recorrer cada vez mais a Terapias Naturais restituiu protagonismo a muitos métodos naturalistas, que voltaram a ser utilizados tanto como forma de autotratamento como para apoio em consultórios e clínicas.
Sistema e ideia subjacentes
Todos dispomos de capacidades e recursos para nos mantermos saudáveis e vivos. Essa capacidade de autocura regula todos os processos físicos e assegura a adaptação, no caso de alteração das circunstâncias. No entanto, o organismo necessita de um certo tempo para proceder a essa adaptação. Quando o organismo possui a força necessária, as tensões são sempre superadas e as energias gastas renovadas.
No entanto, o organismo não reage adequadamente quando submetido continuamente a situações de elevada tensão. A capacidade de resistência, que assegura a autocura, fica enfraquecida sempre que se multiplicam os factores de stress. É assim que surgem as doenças relacionadas com o stress.
Assim, os três pilares fundamentais de todos os métodos terapêuticos naturalistas são apenas, em última análise, medidas de senso comum: repouso, normalização e fortalecimento. Os terapeutas naturalistas propõem-se restabelecer ou acelerar a normalização e o fortalecimento do organismo recorrendo a terapias de estimulação ou regulação ou, ainda, a métodos imunomoduladores.
Repouso
O primeiro dever de um doente é o descanso, o que pode significar repouso absoluto, embora isso nem sempre aconteça. Esse repouso traduz-se também numa abstinência relativamente a tudo o que possa sobrecarregar o organismo: Alimentação excessiva ou desequilibrada, café, nicotina, álcool, drogas, stress, excesso de estímulos resultantes, por exemplo, do ruído ou da televisão.
Durante o “período de repouso”, o corpo não deve ser submetido a esforços desnecessários, de modo que a capacidade de autocura possa concentrar-se na superação da doença.
Regresso à normalidade
As reacções inadequadas do corpo e da mente desaparecem e as adaptações incorrectas iniciadas pelo organismo durante o período de doença são superadas. A capacidade de resistência inicia um processo de restabelecimento do estado anterior à doença. Isto significa que todas as funções do organismo e da mente voltam ao seu estado normal.
Fortalecimento
É possível exercitar a capacidade de reacção às tensões e a resistência contra as infecções e outras doenças. Para isso, o corpo é regularmente exposto a estímulos, mais ou menos violentos, que vão aumentando progressivamente. No entanto, a capacidade de adaptação do corpo não é ilimitada e, esgotadas as reservas do organismo, não pode ser melhorada, nem pelo exercício físico, nem pelo recurso a medicamentos.
Recursos
O calor, o frio, a água, a luz, o ar e as alterações climatéricas são estímulos naturais, que incentivam a capacidade de autocura do corpo. Certos movimentos, como, por exemplo, correr ou nadar ou a terapia pela respiração também podem ser considerados estímulos.
O jejum ou uma dieta adequada podem dar ao corpo o impulso necessário para mobilizar a capacidade de autocura. Também se espera um efeito semelhante dos produtos à base de plantas imunoestimulantes.
A homeopatia também é considerada uma terapia de estimulação ou regulação. Antigos métodos indígenas recorrem à dor como estímulo – por exemplo, fazendo lesões na pele para fortalecer a capacidade de autocura.
Algumas mudanças proporcionam muitos efeitos e “estimulantes”, como, por exemplo, as que se podem obter através de uma cura termal. Um acompanhamento especializado deveria dar estímulos suficientes para que se possa reflectir sobre o modo de vida e, eventualmente, reorganizá-lo.
Tratamento
Uma dosagem correcta adequada a cada pessoa é tão importante numa terapia de estimulação como na medicina convencional, sendo a idade um factor importante. Alguns estímulos são mais eficazes a determinadas horas do dia. Também é necessário analisar correctamente o tempo de utilização. O efeito positivo de um tratamento com base em estímulos mantém-se perceptível durante algum tempo, deixando de se fazer sentir lentamente.
Explicação dos efeitos
Reagem aos estímulos:
- As partes do corpo directamente afectadas: por exemplo, os ossos, os tendões e os músculos necessitam do estímulo do movimento para não ficarem atrofiados e se renovarem;
- Cada área interna do corpo e os seus órgãos, que se encontram ligados à superfície da pele que recebe o estímulo por meio de vias nervosas. Dessa forma, é possível, por exemplo, aliviar dores menstruais sujeitando a região lombar a temperaturas elevadas;
- Ciclos reguladores de todo o corpo: por exemplo, os tratamentos por meio da alternância de temperaturas elevadas e reduzidas podem estimular ou acalmar o sistema nervoso vegetativo, melhorar a circulação, equilibrar a regulação da temperatura e influenciar o sistema hormonal;
- No entanto, as reacções dos órgãos só explicam uma parte dos efeitos obtidos. É provável que se tenha de procurar uma explicação mais pormenorizada para esses efeitos no funcionamento do sistema imunitário.
Calor
Faz com que os vasos sanguíneos se dilatem, de forma a facilitar a libertação de calor.
Frio
Faz com que os vasos sanguíneos se contraiam, para que a temperatura do corpo não baixe demasiado. É possível incentivar o funcionamento dos vasos sanguíneos, alternando rapidamente entre estímulos de calor e de frio. Efeito: melhora a regulação térmica do corpo.
Água
Serve, essencialmente, como condutor dos estímulos térmicos.
Luz
A luz solar estimula a mente, devido à claridade e às cores. O calor do sol faz bem ao organismo. Durante os banhos de sol, a luz ultravioleta age sobre a pele, estimulando o metabolismo e a pigmentação.
Ar da montanha
A grandes altitudes, o ar contém menos oxigénio e menos água. Para que os tecidos recebam oxigénio suficiente, o corpo produz mais glóbulos vermelhos, adapta o metabolismo celular e melhora a irrigação das mucosas, para que não sequem.
Movimento
Quando fazemos exercício, a respiração torna-se mais profunda e aproveitamos melhor o oxigénio.O organismo procura lidar com a fadiga fazendo adaptações na circulação sanguínea.
Dor
A dor numa determina zona da pele tem efeito sobre os circuitos do sistema nervoso, podendo “sobrepor-se” às dores crónicas. Além disso, as dores estimulam o sistema nervoso vegetativo.
O organismo reage gradualmente ao sofrimento (adaptação), o que, a longo prazo, resulta num “efeito de resistência ou de habituação” à dor.
Áreas de aplicação
Geralmente, os tratamentos à base de estímulos têm, como objectivo, prevenir as doenças e atenuar sintomas crónicos, más disposições e dores. Também desempenham um papel de suporte na reabilitação.
Limitações à aplicação
Os tratamentos à base de estímulos apenas podem ter efeito num organismo que ainda tenha capacidade de reacção. Os limites destes métodos são atingidos quando a resistência se encontra esgotada ou quando determinados órgãos ou tecidos foram destruídos. Nestes casos, o esforço adicional de uma terapia de estimulação pode ter, inclusive, um efeito prejudicial.
Em situações de emergência, os tratamentos à base de estímulos não são adequados, pois não conseguem substituir intervenções necessárias ou substâncias vitais de que o corpo necessite, como, por exemplo, a insulina no caso dos diabéticos.
0 que dizem os críticos?
Muitas terapias de estimulação registam um “agravamento inicial”, isto é, a doença em vez de melhorar parece, numa primeira fase, agravar-se.
Muitos terapeutas interpretam isto como um sinal de que o tratamento está a produzir efeito. Os críticos consideram difícil distinguir se o agravamento inicial se encontra no limite do aceitável ou se, pelo contrário, é necessário intervir, sendo o aumento das queixas um sinal de que o doente está a piorar.
Recomendações
As terapias de estimulação ajudam a tornar o organismo mais resistente às doenças. No caso de já haver doença, podem contribuir para reduzir o consumo de Medicamentos ou de outros tratamentos auxiliares.
Fonte: LIVRO: «Terapias Complementares e Alternativas – Utilidades e Riscos» da PROTESTE