Triângulo das Bermudas: navios de madeira

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USS Sturdy e os misteriosos incidentes no Triângulo das Bermudas
USS Sturdy e os misteriosos incidentes no Triângulo das Bermudas

Na Sexta-Feira, 9 de Outubro de 1971, os estivadores de Barranquilla, na Colômbia, acabaram uma semana de carga no navio a motor de 338 pés, Caribe. A carga era cimento. Os donos do navio, a Dominican-Bordas Lines, tinham combinado entregar a carga em São Domingos, na República Dominicana, umas 700 milhas para nordeste. Na manhã seguinte, o navio com os seus 28 homens de tripulação desceu 10 milhas no rio Magdalena, e entrou nas Caraíbas.

Na noite de Domingo, o navio contactou com os proprietários informando que deviam chegar ao seu destino na Terça-Feira. Foi a última informação que se teve do Caribe. Se bem que vogasse por mares muito navegados, como tantas vezes lhe acontecera no passado, não tornou a ser visto. Tinha um moderno sistema de comunicações, no entanto, nenhum sinal de perigo foi jamais transmitido. Um esforço conjunto da guarda costeira e aviões da marinha dos Estados Unidos, Colômbia e República Dominicana não deu qualquer resultado.

Aventou-se grande número de teorias, que iam desde as guerrilhas colombianas assaltando o Caribe e levando-o para Cuba, a uma explosão devida à poeira super-fina do cimento que ficasse em suspensão no ar, na parte superior do porão. Mas estas teorias, conjuntamente com outras, não tiveram aceitação. O navio foi incluído na lista dos «perdidos no mar, por causas desconhecidas». É uma história familiar – não houve sobreviventes, não houve vítimas, não houve destroços.

Afirma-se muitas vezes que os «navios de madeira e os homens de aço» desapareceram para sempre. É uma asseveração errada, visto que a Marinha dos Estados Unidos ainda conserva navios de madeira. E podemos mesmo referir-nos às suas tripulações, que às vezes provam ser homens de aço. Se bem que estes barcos não tenham senão 175 pés de comprimento e desloquem menos de 600 toneladas, trabalham no mar largo com qualquer tempo. São os caça-minas da marinha. Enquanto as minas magnéticas forem usadas na guerra do mar, as marinhas de todo o mundo terão de usar navios de madeira.

Característico destes draga-minas é o Sturdy. Os seus quatro motores Diesel Packard dão-lhe uma velocidade de quinze nós e meio. Todos os seus aparelhos de metal são de aço inoxidável, bronze ou qualquer outro material não magnético. A tripulação é composta por 75 oficiais e praças.

A 14 de Julho de 1968, a publicação Fort Lauderdale News trazia uma história sobre o «Triângulo das Bermudas». O título era: «Cinquenta e três pessoas perdidas no “Triângulo” nos últimos vinte e cinco anos

Sturdy
Sturdy

No dia seguinte, a 15 de Julho, o mesmo jornal inseria uma história acerca de um dos mais misteriosos incidentes que ocorreram no «Triângulo». O Sturdy regressava de manobras de treino a 150 milhas a este de Jacksonville, na Florida, quando um dos seus vigias chamou a atenção para um objecto que flutuava à proa. O capitão ordenou que se alterasse a rota e dirigiu o barco para o local indicado. Quando o navio passava junto do objecto, a tripulação verificou que se tratava do casco alagado de um iate ou navio de pesca. Depois de afastadas as plantas marinhas, verificaram que se tratava do Crystal, de Fort George Island, na Florida. Puseram-se em comunicação com a guarda costeira de Jacksonville e participaram o achado. Pouco tempo depois, a guarda costeira respondeu que não tinha qualquer informação desse barco ter desaparecido.

Várias horas depois, receberam uma segunda mensagem da guarda costeira, através do Sturdy. O contexto da transmissão era que havia na verdade um barco chamado Crystal, de Fort George Island, na Florida, que desaparecera com toda a tripulação. No entanto, a guarda costeira terminara as buscas e desistira, por o Crystal ter desaparecido quatro anos antes, em 1964.

Fonte: Livro “O Mistério do Triângulo das Bermudas” de Richard Winer

Índice do Triângulo das Bermudas: https://paradigmas.online/?p=5039

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