Os médicos do Sloan-Kettering Cancer Center Memorial, em Nova York, Estados Unidos da América, saudaram a recuperação de uma paciente como “uma das respostas mais surpreendentes já vistas”.
Os cientistas do hospital têm realizado o tratamento de pacientes diagnosticados com melanomas avançados, com um novo tipo de tratamento. Eles combinaram um fármaco já utilizado, chamado ipilimumab, com um outro, nivolumab. Eles têm esperança que a nova terapia possa salvar milhares de vidas no futuro.
Um relatório do caso, publicado no New England Journal of Medicine, da Inglaterra, revela que depois de apenas uma dose dos dois fármacos, o tumor de uma senhora de 49 anos de idade foi dissolvido.
Quatro anos antes, os médicos removeram um melanoma de 4,2 milímetro das suas costas. Um ano e meio após os tratamentos os médicos descobriram que o cancro tinha voltado. Há cinco meses, outro melanoma foi retirado abaixo do seio esquerdo da paciente.
Mas, apesar da cirurgia, a doença voltou. Quando ela chegou ao Memorial Sloan-Kettering Cancer Center, o seu corpo havia desenvolvido um enorme tumor debaixo do seu peito esquerdo, que se projetava através da pele. A mulher recebeu a sua primeira dose de ipilimumab e nivolumab, sem reclamar de quaisquer efeitos secundários. Três semanas depois ela voltou ao hospital, para receber a segunda dose da combinação de fármacos, no entanto os médicos observaram que a enorme massa debaixo do seu peito esquerdo tinha desaparecido, deixando um buraco na pele.
“A paciente teve uma rápida erradicação de uma grande massa tumoral após um único tratamento com a combinação de imunoterapia”, afirmaram os médicos, que confirmaram que nenhum melanoma foi detectado, depois disso. “Esta é uma das respostas mais assustadoras e surpreendentes que eu já vi”, disse Paul Chapman, médico oncologista.
A Organização Mundial de Saúde estima que, no planeta, existem 66 mil mortes anuais devido ao cancro da pele, cerca de 80% devido ao melanoma.
Apesar dos testes realizados com sucesso pelo hospital Memorial Sloan-Kettering Cancer Center, liderados pelo oncologista Michael Postow, tendo este examinado 142 pacientes com melanoma avançado, aconteceram alguns casos de efeitos colaterais em alguns pacientes, na terapia de combinação.
“A taxa incrivelmente alta de resposta observada neste ensaio para pacientes que receberam a combinação – cerca de 60% – agora permite-nos informar os pacientes que o seu melanoma pode diminuir significativamente com este tratamento. Ainda é necessária mais pesquisa, para descobrir se é necessário dar a combinação a todos os pacientes, ou se os pacientes devem receber fármacos como nivolumab e ipilimumab em sequência”, afirmou o doutor Postow.
O Food and Drug Administration dos Estados Unidos aprovou o nivolumab no final de 2014.
Os médicos do Memorial Sloan-Kettering ajudaram a liderar os ensaios clínicos de testes de segurança e eficácia do medicamento e continuam a realizar estudos sobre o uso do fármaco para tratar melanoma e outros tumores.
Fonte: